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domingo, 9 de agosto de 2015

Ações afetivas, porém, ofensivas!


Max Weber, em sua obra, estuda a compreensão das ações sociais, isto é, são ações praticadas em sociedade, levando em conta  os outros, o meio social. O sociólogo a divide em quatro tipos: racional com relação a fins, racional com relação a valores, afetiva e tradicional.
No Brasil, podemos ver claramente a adoção de diversas ações sociais afetivas e tradicionais. Por exemplo, na política, a extensa maioria do eleitorado brasileiro não vota em partidos ou na ideologia de cada um e sim pelo simples fato de gostar do candidato, de achá-lo engraçado, carismático, de "ir com a cara" da pessoa.  Além disso, o voto também é destinado à opções individuais dos políticos, por exemplo, muitos candidatos que manifestam sua fé católica ou evangélica recebem apoio em massa de diversas camadas da população. Essas pessoas não conseguem diferenciar religião de política, ignoram o princípio da laicidade do Estado, utilizando de uma ação social tradicional e afetiva.
Podemos comprovar essa situação ao perguntarmos às pessoas as principais propostas de seus candidatos. Provavelmente,  não receberemos a resposta concreta ou receberemos ideias rasas, sem nenhum embasamento político. É assim que a atualidade de Weber se evidencia, ao notar que, em pleno século XXI, no auge da rapidez e acessibilidade  das tecnologias de comunicação, a "ignorância", que deveria estar sendo erradicada, não está.

Isso é um grande risco a jovem democracia brasileira, que vai fundamentando sua base e história em atores políticos sem nenhuma estrutura ideológica e política para governar um país de território e pluralidade gigantescos.  Assim, a crença de que "todo político é ruim/corrupto" vai se "legitimando" aos olhos da população, ao passo de que pode haver candidatos com ótimas ideias, com planos saudáveis à população que são constantemente ignorados por não possuir a tal carisma ou não se submeter aos grupos de pressão.

Fernando Augusto Risso - direito diurno

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