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segunda-feira, 20 de julho de 2015

"O espírito capitalista molda em nós esse estranho ser que aceita, sem dor, a desigualdade social"



"Capitalista não é apenas o banqueiro, o tio Patinhas. É também o Donald, que se submete a seus caprichos. O mundo é para ele um jogo de espelhos, no qual se vê projetado nas mais variadas dimensões. Ele inveja os que estão acima dele e nutre ódio por quem o ameaça como concorrente" Frei Betto 

Tio Patinhas, personagem fictício de quadrinhos de 1947, cujo cartunista é Carl Barks, se constitui como um desenho animado destinado ao público infantil que tem como proposta a aceitação de uma lógica capitalista. Nesse sentido, o principal intuito do desenho é a consolidação das bases ideológicas do sistema capitalista, à medida que tudo que vai contra o protagonista (símbolo do capitalismo) é negado.
Por meio da ingenuidade de um desenho animado, o autor irá passar uma mensagem de divinização de uma postura capitalista simbolizada pela figura do Tio Patinhas, valorizando características como a competição, individualismo e riqueza pessoal, de forma que as contradições de classes existentes são camufladas pelo brilho da luxuria presente no desenho.

A Perversidade do sistema materializada nas desigualdades sociais, concentração de riquezas e pobreza extrema é mascarada pelo espectro do opressor que enxerga sua felicidade através da apropriação alheia. O desenho se enquadra em uma perspectiva alienante, diluindo a consciência de classe do oprimido, este, ao invés de almejar uma sociedade igualitária como idealizada por Marx, deseja ascender a condição de Tio Patinhas. A idealização do espírito capitalista caracterizado pelo individualismo e por uma postura narcísica de enriquecimento pessoal enfraquecerá a luta de classes resultante das contradições da sociedade, pois tais contradições  serão mascaradas por um falaciosos discurso de meritocracia.

Nome: Beatriz Santos Vieira Palma, Direito Diurno

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