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sábado, 13 de junho de 2015

O Fato Social e seus Desdobramentos

  É fato social toda maneira de fazer, fixada ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior, ou ainda, toda maneira de fazer que é geral na extensão de uma sociedade dada e, ao mesmo tempo, possui uma existência própria, independente das manifestações individuais. Nestas palavras de Durkheim, encontradas em seu livro “As regras do método sociológico”(1895) estão o cerne de suas ideias acerca de seu Funcionalismo, teoria proposta pelo autor , o qual observa as ciências sociais em processos e funções, e procura compreender as relações existentes entre seus componentes. Ou seja, procura estabelecer uma lógica de enfoque funcional para o estudo dos fenômenos sociais.
Indo em paralelo com Conte, o filósofo francês também acredita na prevalência da sociedade como fator chave para a sua analise. Tal método se disseminou nas ciências sociais e na psicologia, e ainda ocupa papel importante na ciência contemporânea. Outra aproximação com o positivista é que o estabelecimento de que fato social deve ser visto como “coisa” remete ao primeiro. Porém, há uma diferenciação entre eles , e  esta consiste no fato de que o defensor do capitalismo vê o progresso como sentido de toda a historia humana, esquecendo-se de que “o que existe, a única coisa que realmente é oferecida á observação, são as sociedades particulares que nascem, se desenvolvem , morrem, independentemente umas das outras”.(DURKHEIM, As Regras do Método Sociológico, 1985).
Nesse ínterim, o pensador se posta como total defensor da neutralidade na observação dos fatos, de modo a estabelecer conexões entres os fenômenos e conferir-lhes forma de lei. Para isso, tal análise deve ser imparcial, objetiva, onde deve haver a preponderância do intelecto e os fatos devem ser realmente tratados com coisas. Uma vez que, assim como já prenunciava Bacon no combate aos Ídolos da Mente, as pré-noções obstaculizam a busca pela verdade. Tal ideal se opõe a teoria etnocêntrica do século XVI, a qual considerava que a civilização europeia apresentava o melhor exemplo de sociedade e desenvolvimento, e , por isso deveria levar isto á outras civilizações que ainda não atingiram este grau, as ditas civilizações barbaras; desconsiderando , assim, a ideia do relativismo cultural e contaminando os valores próprios das outras sociedades.
Além disso, é necessário verificar também as características do fato social: generalidade, exterioridade e coerção. Esta ultima diz respeito á uma força imperativa que se impõe á todos. Isto associa-se diretamente a ideia de uma consciência publica .No brasil, exposto singularmente no que diz respeito á moral e á religião. Onde embora pareça reinante a liberdade de culto e de expressão , certamente é sabido por todos a prevalência da religião católica e do repugno á atos não aceitos pela moral e pelos bons costumes tradicionais. Por este motivo, alguns consideram-no punitivo ao observar esta representação.
Desse modo, o francês também delega o papel da educação em formar o ser social, incutindo-lhe regras que , aos poucos, seriam interiorizadas, impondo visões e ideologias aos indivíduos. O que reproduz a educação atual e se afasta de um modelo ideal de aprendizagem , onde as crianças deveriam ser levadas a fomentar o debate, a analise critica e a criação de suas próprias opiniões ; de modo a se tornarem adultos conscientes e harmonizados com a sociedade ao seu redor.

Maria Izabel Afonso Pastori-1°Ano-Direito Noturno.

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