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quinta-feira, 7 de maio de 2015

O Ponto de Mutação e a teoria de sistemas

   “O Ponto de Mutação” é um filme de 1990, dirigido pelo cineasta Bernt Capra, e inspirado na obra homônima de seu irmão, o físico Fritjof Capra. O filme, tecnicamente, é muito simples: a fotografia e a trilha sonora têm uma qualidade boa, embora não se destaquem por serem as melhores que já se viu. A mudança de cenas é rara. Apesar disso, o filme possui um ótimo desenvolvimento, com um roteiro filosófico e muito bem escrito, que pode ser considerado um pouco denso demais para espectadores leigos.
   O ponto principal da filosofia do filme talvez seja a crítica à maneira mecanicista de ver o mundo, provocada pela personagem Sonia Hoffmann, uma física desiludida por ter visto seus projetos sendo usados para fins militares, quando deveriam ajudar a medicina. Sonia critica exaustivamente esse jeito mecanicista e cartesiano de enxergar o mundo, que, apesar de já ter sido útil um dia, hoje já não nos serve mais. Ela acredita na “teoria de sistemas” – absolutamente todos os problemas atuais estão interligados, e é impossível resolver um de forma decisiva sem lidar com todos.
   O cineasta deixa claro que ele mesmo é adepto dessa teoria, ao dar mais espaço à física no filme do que aos outros dois personagens principais – Jack Edwards, um político norte-americano, e Thomas Harriman, um poeta. A mensagem final do filme é que todos os problemas que enfrentamos atualmente no século XX, como a fome, o aquecimento global, a obesidade, a ameaça nuclear, guerras constantes e as desigualdades sociais e econômicas, são, na verdade, resultado de apenas uma crise: a crise de percepção, causada pela visão mecanicista de mundo, que em parte justifica a avareza e o egocentrismo. A mudança e resolução de todos esses problemas só virá quando mudarmos radicalmente nossos métodos e valores, e deixarmos de lado nossa cultura individualista e exploradora. 

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