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segunda-feira, 25 de maio de 2015

"Ordem e progresso": ideal arcaico

Desde a Antiguidade, a homossexualidade é condenada à marginalização pelas instituições sociais. A religião judaica, na bíblia, denominou a relação sexual entre homens como algo abominável e impuro, além de atribuir a prática de pederastia como uma das causas do episódio de destruição de Sodoma. A medicina e a psicanálise consideraram por muito tempo a homossexualidade como um desvio de personalidade e comportamento, havendo, em 1975, ela ingressado na Classificação Internacional de Doenças (CID).
Ainda hoje, no Brasil, os indivíduos homossexuais são, em parte, privados de sua cidadania: têm seus processos de adoção de crianças e adolescentes dificultados, lhes é negado o reconhecimento jurídico de sua afetividade na realização de casamentos e na constituição de família, como é evidente nas conhecidas iniciativas legislativas da bancada conservadora do Congresso de tornar invisível a existência da homoafetividade. Evidentemente, são cotidianas e diversas as violências praticadas diariamente contra a população LGBT, sejam elas físicas, psicológicas ou institucionais.
Todos os fenômenos sociais mencionados podem ser legitimados pelo Positivismo de Augusto Comte - no qual a homossexualidade constitui expressão de anormalidade e subversão dos valores estabelecidos que viabilizam a perpetuação da espécie humana. A lógica positivista institui uma concepção científica petrificada acerca da sociedade, que funciona sob uma ordem própria – que tem por significado a manutenção do “fluxo natural” de existência da sociedade, que é a inalterabilidade das instituições que garantem sua “coesão e reprodução” – e um progresso, concretizado na realização do "bem-estar humano" pelos meios técnicos científicos. Tal progresso de Comte se realiza por contradições: as mazelas sociais humanas continuam presentes, vidas são definhadas e estagnadas dentro de uma realidade “evolutiva” – os mais capazes se destacam e submetem os demais, para manter a dita ordem.  
Enfim, esta ordem e progresso não privilegiam a dignidade da pessoa, que sem condições plenas de realização, torna-se uma sombra fugaz no meio social. Via as ideias de Comte, os seres humanos são meras engrenagens de um sistema que funciona mantido por arcaicos motores.

Aula 4. João Victor Ruiz. 1º Ano Noturno

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