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terça-feira, 5 de maio de 2015

O relógio, a ilha e o pensamento cartesiano sob nova perspectiva

           Para compreender o filme Ponto de mutação é necessário entender como seus elementos se relacionam. Em primeiro lugar, é preciso entender o significado da palavra mutação, ou seja, mudança, evolução, transformação, que não necessariamente precisa ser para melhor, mas apenas uma forma de adaptação que supra as necessidades de uma determinada época. Dessa forma, o longa discorre sobre a superação dos pensamentos cartesianos, que apesar de terem sido de extrema importância no passado, não mais contribui para a sociedade atual.
            Além disso, por que uma cientista, um político e um poeta foram escolhidos para dar vida a essa reflexão? Ora, a resposta parece óbvia. Porque possuem percepções, visões, perspectivas diferentes do mundo. Mas, mais do que isso, eles dão vida às diferentes teorias utilizadas para interpretar o universo: a teoria dos sistemas (tudo está interligado, e portanto, deve ser observado e interpretado dessa forma), a teoria cartesiana (na qual é possível fragmentar o conhecimento de maneira a se aprofundar cada vez mais em cada assunto) e a teoria emocional (onde tudo pode ser descrito em um poema e percebido pelas emoções).
            O cenário também possui papel importante na composição do enredo. É preciso entender que o homem não é uma ilha, pois está constantemente interligado com outros indivíduos na sociedade, trocando energia com o meio, se renovando a todo instante. O político, assim como Descartes, acreditava que poderia fragmentar os problemas sociais de sua nação e assim resolvê-los um a um. Entretanto, se uma peça do relógio for consertada e o resto ignorada, o relógio voltará a apresentar problemas. Ou seja, não se pode ignorar que a sociedade atual vive em um momento de globalização, onde uma decisão tomada em alguma parte do globo afeta todo o resto do planeta. A cientista cita como exemplo a alta mortalidade infantil em alguns países, que poderia ser diminuída se as nações pudessem investir mais na nutrição destas, ao invés de precisarem cortar gastos para pagar seus empréstimos externos.
            O filme termina com uma metáfora, que dá vida ao ponto de mutação em si. Quando a água sobe, engolindo a terra, há a mudança de um material sólido, rígido, para um mais fluído, maleável. Dessa forma, as ideias estáticas da teoria cartesiana poderiam ser substituídas por pensamentos mais dinâmicos, que acompanhe o ritmo de transformação da sociedade atual.


Luiza Macedo Pedroso
1º ano Direito diurno
Introdução à Sociologia - filme "Ponto de Mutação"

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