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quinta-feira, 7 de maio de 2015

Ciência e o progresso

Os filósofos Descartes e Bacon criticavam a filosofia antiga por terem uma visão mais contemplativa da natureza, defendendo que esta deveria ter um fim útil para vida do homem. Assim, a natureza passara a servir os interesses do ser humano, que, com o passar do tempo e aprimoramento da ciência e tecnologia, transformara o cenário mundial de forma a contrastar calamidade e sucesso.

Essa dualidade fica bastante expressa nas reflexões feitas pelos personagens do filme Ponto de Mutação, principalmente no momento em que a física Sonia questiona, de certo modo, os valores vigentes no mundo capitalista, além de afirmar que os problemas do mundo estão interligados, e que não era possível apenas visar particularidades de cada adversidade no planeta, tal como o pensamento cartesiano pretenderia.

 Ademais, pode-se notar também uma crítica a experimentação proposta por Francis Bacon, uma vez que homem passara a usar dela excessivamente para obter “os segredos da natureza”, desse modo, tentando controlar um macro sistema no qual ele está inserido com a finalidade de se atingir o que seria o “progresso”, tal como sugere o político Jack durante a conversação da qual se baseia o longa-metragem.


Assim, por essas indagações e pensamentos, Ponto de Mutação desconstrói algumas ideias vigentes na época de seu lançamento, 1990, e que transcorrem até o momento atual em que o capitalismo e suas promessas de modernidade se solidificaram na maior parte do globo.

Gabriel G. Zanetti - Direito Noturno

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