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domingo, 17 de maio de 2015

"A Ordem como base, e o Progresso por fim"

Num contexto de consolidação do capitalismo através das revoluções industriais, o filósofo francês Auguste Comte apresenta sua nova corrente filosófica denominada “positivismo”, que surge como uma ciência para a compreensão do caldo de insatisfação social de meados do século XIX. Defende-se as leis de estática, baseada na ordem; e de dinâmica, baseada no progresso.

O pensamento positivista visa buscar a ordem, o equilíbrio, a coesão da sociedade e, para isso, existem papéis sociais determinados que devem ser respeitados. Coloca-se a hierarquização social como o meio para se manter a ordem, onde existem indivíduos responsáveis pelo trabalho intelectual (mais complexo) e aqueles responsáveis pelo trabalho manual, devendo ser destinada remuneração compatível com cada função social. Entretanto, Comte condena a desvalorização dos elementos mais baixos dessa hierarquia, e põe o Estado como único racionalizador capaz de organizar a sociedade e manter o equilíbrio social. Sendo a desigualdade consequente, dessa maneira, um desiquilíbrio na sociedade.

Estabelecida a ordem, o progresso da sociedade se daria através do amadurecimento das formas de explicação do mundo que necessariamente passa por três estágios que o filósofo sintetiza em sua “lei dos três estados”: teológico, metafísico e positivo. No estado teológico, o homem compreende o mundo através de divindades e espíritos e busca a compreensão e a causa absoluta das coisas. No estado metafísico, há a dissolução do teológico, o abstrato substitui o concreto, a argumentação substitui a imaginação. O estado positivo corresponde a subordinação da imaginação e da argumentação à observação, abandona a consideração das causas dos fenômenos e busca entender as relações constantes entre eles, a física social.


Diante disso, portanto, é possível identificar muito dos elementos do positivismo na sociedade contemporânea, como a meritocracia e as políticas públicas utilizadas para sanar os problemas sociais. Inserido num contexto industrial, Comte crê no progresso do sistema capitalista (fundamentado na ordem garantida pelo Estado) e nos benefícios gerados pela industrialização. Assim, a fórmula “a Ordem por base, e o Progresso por fim” sintetiza bem o positivismo comtiano.

Lucas Camilo Lelis
1º ano - Direito Diurno - Aula 4

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