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quarta-feira, 6 de maio de 2015

A ideia do estudo das partes e do todo

    Engrenagens, molas, ponteiros, cristal, rolagem, corda, bexiga, cérebro, braços, olhos, estômago, células, átomos: relógios e pessoas podem ser divididos em suas pequenas partes, que os compõem como um todo. Essa divisão, quando usada para estudo detalhado do todo, é o método científico descrito pelo filósofo grego Descartes, que defende essa divisão, como o melhor método para, depois de conhecidas as partes, compreender o todo.
    Essa questão do método científico cartesiano e do “estudo mecânico” é discutida no filme “Ponto de Mutação”, no qual a cientista Sonia Hoffmann, juntamente com o político Jack Edwards e o poeta Thomas Harrimann discutem sua eficácia. Seria mesmo a divisão em partes o melhor método para entender o todo? Esse estudo detalhado consiste em analisar as funções das partes, para, quando juntas, ter-se a ideia do todo. Mas, o rearranjo das partes, contendo as mesmas partes, não resultaria em “outro todo”? E sendo este diferente do primeiro, sua compreensão e funcionamento não seriam diferentes?
    No poema “Ao Braço do Mesmo Menino Jesus Quando Appareceo”, de Gregório de Matos:

“O todo sem a parte não é todo,
A parte sem o todo não é parte,
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga, que é parte, sendo todo”

    No que se diz respeito aos estudos das partes, essas são essenciais para a formação de um todo, pois, sem as partes, não há o todo. O mesmo se diz sobre a análise do todo, que não se faz todo se não for formado de todas as suas partes. Sendo assim, o método científico cartesiano que busca compreender e generalizar a partir do estudo de cada um de seus conteúdos separadamente nem sempre pode resultar em uma resposta aplicável à totalidade do objeto de estudo.

Júlia Veiga Camacho
1º ano Direito Diurno

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