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sábado, 18 de abril de 2015

O eco cartesiano no método dialético: Descartes e Hegel


“A faculdade de julgar bem e distinguir o verdadeiro do falso, que é propriamente aquilo que se chama bom senso ou razão, é, naturalmente, igual em todos os homens” (Descartes)

  Descartes afirmava que, para conhecer a verdade, é necessário que coloquemos todos os nossos conhecimentos, até aqueles que consideramos mais incontestáveis, em dúvida. Para tanto, o mesmo elaborou um método calcado na razão, elemento marcante da filosofia desenvolvida durante o século XVII.
  A partir desse método cartesiano (adjetivo que deriva de Cartesius, forma latina do nome Descartes), calcado em princípios matemáticos e sintetizado na obra “O Discurso do método”, é depreendido que o conhecimento na verdade é algo que não resulta de simples percepções sensoriais e sim de uma análise lógica e pré-estabelecida, a fim de que se comprove a veracidade do mesmo.
  Hegel, filósofo da contemporaneidade (segunda metade do século XIX até a primeira metade do século XX), por sua vez, ao estabelecer que as idéias são mutáveis e evoluem com a sociedade, ou seja, têm por fundamento um tempo histórico como determinante de sua racionalidade, reforça o modelo racional das mesmas, pois a dúvida continuaria sendo uma constante do conhecimento apreendido. Por meio somente da contestação, da dúvida, seria possível a evolução das ideias.
 Assim, pode-se observar na teoria de Descartes, um embrião do que seria a dialética de Hegel, pois o estabelecimento da “dúvida” no conhecimento como necessidade para o estabelecimento de verdades remete ao processo dialético, formado pela contraposição de duas idéias, tese + antítese, que daria origem à uma síntese, uma nova ideia.
  Ambos pensadores são adeptos ao pensamento racional e crítico, estabelecendo que apenas a contestação e a constante mudança das ideias são a premissa para o estabelecimento do conhecimento. Descartes ao apresentar a possibilidade de unificar uma forma de se buscar conhecimento permitiu que, séculos depois, Hegel pudesse tentar estabelecer premissas para fundamentar um processo eterno de criação do mesmo.
Conhecimento é pretexto para mais conhecimento, para um avanço ainda mais profundo da razão”.

Mariana Ferreira Figueiredo
1º ano de Direito (Diurno) 
Introdução à Sociologia - Aula 02

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