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sábado, 25 de abril de 2015

Liberte-se

            Hoje tive um sonho bem estranho. Sonhei que estava em um jardim, sentado em um banco, um homem ao meu lado. Era um individuo meio esquisito, não parecia pertencer a este tempo. Tinha cabelos pretos até a altura do queixo, usava barba e bigode, na cabeça um chapéu.
            Ele se apresentou, seu nome era Francis Bacon. Nem preciso dizer como fiquei surpreso. Ele me disse:
            - Tenho o observado. Seus esforços para chegar a verdade nunca surtirão efeito se você não se livrar desses ídolos que o amarram a eterna inutilidade.
            - Ídolos? De que ídolos está falando?
            - Daqueles que lhe dá uma falsa percepção do mundo em que vive – percebendo minha confusão, ele prosseguiu – Você acredita que passar embaixo da escada trás azar. Mas que sentido isso faz? Esse é o ídolo da tribo, uma distorção provocada pela mente humana, uma incompetência dos sentidos.
            “Seu ídolo da caverna está ligado à criação extremamente rígida que teve, tanto em casa, quanto no colégio, onde tudo que o senso comum diz ser errado ou imoral é visto como pecaminoso.”
            “E sabe aquele seu amigo que está sempre tentando influenciá-lo sobre os mais diversos assuntos, de futebol a política? E você acaba sempre concordando com ele? Pois bem, esse é o ídolo do foro. Ou seja, aquele presente nas relações pessoais.”
            “E você adora Aristóteles, certo? Acha bonito como ele usa as palavras, e a partir da razão chega à experimentação. E tudo isso na sua mente parece fazer muito sentido. Mas me diga uma coisa: dá para trazer o que Aristóteles prega para a realidade material? Claro que não! Isso porque ele faz o caminho inverso para se chegar a real interpretação do mundo. A experimentação deve levar a razão, e não o oposto! Esse é o ídolo do teatro, representações teatralizadas da realidade, sempre carregadas de equívocos.”
            Sem dizer mais nada, ele levantou-se e desapareceu. Acordei me sentindo confuso, mas, de alguma forma, com a mente purificada. As amarras dos ídolos haviam se soltado e agora estava livre para experimentar, investigar, interpretar. Enfim, estava livre para buscar a minha real verdade.

Luiza Macedo Pedroso
1º ano Direito diurno


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